quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O Guarani em quadrinhos - Entrevista com Walter e Eduardo Vetillo

José de Alencar é um dos nomes que mais assustam os não adeptos à literatura. Livros como Iracema, Senhora e o Guarani costumam ficar longe do gosto popular.

Na época de José de Alencar o Brasil era um país recém independente e precisava de alguém que o representasse. Para algo verídico, ninguém melhor do que o índio: conhecedor das terras, rápido como a natureza e cheio de mistérios; em suma nosso super-heroi. E é com esta base que o livro “O Guarani” foi escrito. Nesta obra, o índio Perí se mete nas mais difíceis aventuras para salvar sua ama Cecília.
Apesar do clássico ser uma aventura imperdível, foi levando em conta que a linguagem do escritor romantista é complicada e, para a maioria dos jovens estudantes, pouco atraente, que a Cortez Editora lançou “O Guarani em quadrinhos”.

Adaptado por Walter Vetillo e desenhado por seu irmão Eduardo Vetillo, a obra traz a grande história heroica de Peri e Ceçi. E com o livro na mão, fui entrevistá-los:

Quando resolveram transformar o clássico de José de Alencar em quadrinhos?
O MEC começou a adotar quadrinhos também como livros didáticos para as escolas. E a partir disso o livro foi criado.

Acham que esse tipo de adaptação ajuda a inserir as pessoas na leitura?
Sem dúvida. Os quadrinhos costumam ser mais fáceis de se ler e compreender. Não devemos desmerecer a literatura em nenhum momento, mas as pessoas costumam se identificar mais rápido com desenhos do que com livros imensos sem ilustração.

E como o livro foi feito? Sei que o Walter que adaptou a história e o Eduardo desenhou, mas como foi esse processo?
Na verdade foi um trabalho à quatro mãos. Enquanto um desenhava o outro escrevia e assim o livro foi sendo produzido. É interessante porque só assim um consegue acompanhar o trabalho do outro. Se eu dizia: “agora o Perí vai lutar”, o Eduardo transformava em expressão.

Vocês tem ideias e projetos para novos clássicos?
Com certeza! Não pretendemos parar de fazer adaptações desses grandes nomes da história brasileira. Dentro desse mesmo projeto, por exemplo, também temos “A Ilha do Tesouro,de Robert Louis Stevenson” e o Eduardo também fez o roteiro e desenhou a obra “Palmares, a luta pela liberdade''.

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